Acredito que um dos motivos que faz com que o ser humano ainda não tenha se auto-destruído em sua constante prática de produção de guerras, misérias e confusões; seja por causa dos animais, pois eles investem todo o seu tempo nos humanizando.
Quando vejo uma revoada de pássaros cortando o céu aprendo muito sobre liberdade, comunidade, foco e conexão com o propósito destinado. Já tive a oportunidade de ficar horas e dias observando como constroem seus ninhos: ritmo, clareza, voluntariedade, dedicação.
Quando olho para o chão e fico observando uma comunidade de formigas não há como aprender algo sobre trabalho, ordem, resiliência. Ao estudar a natureza dos animais selvagens não há como negar que nos ensinam muito sobre viver em grupo, viver a dois, viver sozinho.
Uma vez li uma frase atribuída a Winston Churchill onde ele disse que os animais indiscutivelmente são mais inteligentes que os homens, basta ver como eles escolhem os seus líderes, sempre os mais aptos. Existe uma liderança que vemos o paradigma do “mais forte”, mas com certeza podemos reconhecer o esforço e a aptidão na condução de um grupo.
Aprender com os animais requer observação livre e contemplativa. Nos permite ir além de um condicionamento mantido por determinadas crenças antropocêntricas que os colocam como coisa “menor” quando mede-se com o famoso “homo-sapiens”.
Algumas culturas antigas dançam para os animais, celebrando sua energia e presença no mundo e em nosso interior, como reconhecimento à importância destes seres para nossa própria evolução.
Do ponto de vista de uma psicologia transpessoal há uma potência psíquica poderosa quando estudamos os aspectos simbólicos e arquetípicos da fauna que nos cerca. Há milênios ela inspira nações, povos, pessoas com os mais estruturantes valores e poderes.
Mas o que quero registrar hoje aqui diz respeito a dois animais em especial: o cachorro e o gato. O Brasil tem a segunda maior população desses bichos no mundo: 54 milhões de cães e mais de 23 milhões de gatos espalhados por todos os estados e nos lugares mais longínquos segundo instituições como a ABINPET (Associação Brasileira da Industria para Pets). Costumamos chamá-los de domésticos pela inserção que eles têm nas mais diversas famílias e todos os dias podemos cruzar com um deles na nossa frente.
Eles transformam hábitos familiares, agregam pessoas diversas, influenciam na organização do ambiente familiar. Eles eliminam solidões, curam depressões, destroem tristezas, afugentam rancores. Eles propõem experiências sensoriais, práticas esportivas, empatias, movimentos certeiros e repousos necessários.
Se incluímos também a presença dos peixes em seus mais inusitados aquários, trazendo paz e harmonia para o ambiente e o ser humano; teremos aí o que para mim os principais ensinamentos para nós, seres ditos humanos, dos animais domésticos: paz e amor.
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